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O que é parkinsonismo?

Parkinsonismo, ou síndrome parkinsoniana, é definido pela combinação de bradicinesia com ao menos outro sinal como rigidez e tremor. Bradicinesia corresponde a redução da velocidade e/ou amplitude dos movimentos, com dificuldade para iniciá-los. Ela pode ser facilmente testada ao solicitar que o paciente realize movimentos alternados de bater os dedos polegar com o indicador por 10 a 15 vezes, assim como movimentos de pronação e supinação do antebraço e de abrir e fechar as mãos. A bradicinesia do paciente parkinsoniano manifesta-se na escrita (letras pequenas ou com tamanho decrescente ao longo da frase), na fala (volume da voz reduzido assim como prosódia), na deglutição, na marcha (com perda do balanço dos braços) e na face (hipomimia facial ou face congelada por perda da mímica).

A rigidez do paciente parkinsoniano é decorrente do aumento do tônus (estado de contração basal dos músculos). Ela ocorre em todos os grupos musculares, agonista e antagonistas, flexores e extensores, havendo certa predileção por músculos do tronco, pescoço e membros. O tremor é habitualmente de repouso, mas pode ser 

cinético postural ou de ação. Pesquisa-se o tremor ao solicitar que o paciente relaxe e deixe as mãos sobre o colo para se observar o tremor de repouso. É comum observarmos o tremor ocorrer no dedo polegar com o indicador, proporcionando um movimento do tipo "contar moedas" ou "enrolar cigarro". Pesquisa-se o tremor cinético ao solicitar que o paciente estenda os braços com os dedos abertos (tremor postural) e que o paciente siga um alvo ou realize uma ação (tremor de ação). Ao contrário do que muitos supõem, o tremor não é característica obrigatória na síndrome parkinsoniana.

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A Doença de Parkinson e o parkinsonismo induzido por drogas são os dois representantes mais prevalentes do grupo. Várias medicações, principalmente aquelas utilizadas para controle de sintomas psiquiátricos, podem causar parkinsonismo.

 

A DP é uma doença neurodegenerativa incurável, de progressão lenta e de causa desconhecida, que acomete preferencialmente indivíduos após os 50 anos de idade. Fatores ambientais e genéticos estariam implicados em sua etiopatogenia, levando a uma depleção de dopamina por destruição de neurônios da substância negra do mesencéfalo, com acúmulo de um corpúsculo eosinofílico tóxico denominado corpúsculo de Lewy. Hoje sabe-se que essa destruição neuronal não é seletiva e envolve estruturas como o núcleo motor dorsal do nervo vago, estruturas do bulbo olfatório anterior e o locus ceruleus, por exemplo. A maioria dos casos é esporádica, sendo que casos familiares, com herança autossômica recessiva ou dominante, perfazem cerca de 20% dos casos8-10.

 

A Doença de Parkinson é caracterizada pela presença de sintomas motores típicos do parkinsonismo e por vários sintomas não-motores. O diagnóstico da doença é essencialmente clínico, sem necessitar de exames complementares como tomografia ou ressonância da cabeça, nem eletroneuromiografia dos membros. Um dos sinais mais precoces da doença é a perda de balanço dos braços ao caminhar. Essa redução da movimentação de um dos braços pode gerar dor no ombro e direcionar o paciente a procurar um ortopedista. A redução da expressão facial e da sonoridade da voz pode dar a falsa impressão de depressão e direcionar o paciente a procurar um psiquiatra.

 

Anos antes do aparecimento dos sintomas motores (lentidão, rigidez e tremor), os pacientes com Doença de Parkinson podem apresentar redução do olfato, constipação intestinal e distúrbios peculiares do sono, como sonhos muito vívidos e com movimentação excessiva na cama. A presença de tais sintomas não-motores, acompanhado dos clássicos sintomas motores de aparecimento assimétrico (apenas em um dos lados do corpo), é altamente sugestivo da doença.

 

Existem três modalidades de tratamento para a Doença de Parkinson: tratamento não-medicamentoso (exercícios, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e psicologia, para citar alguns), tratamento medicamentoso (levodopa sendo a principal medicação) e tratamento cirúrgico (a estimulação cerebral profunda por implantes de eletrodos na profundidade do cérebro). 

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